O Fórum Técnico de Entidades do Setor de Pagamentos — que reúne ABBC, Abecs, Abipag, Abranet, Febraban e Zetta — apresentou ao Banco Central do Brasil (BCB), em outubro, um conjunto de dez propostas voltadas ao fortalecimento da segurança e da confiabilidade do ecossistema financeiro digital. O principal destaque é a sugestão de extinguir as chamadas contas bolsão, apontadas como um dos principais obstáculos ao rastreamento e à identificação de movimentações ilícitas.
De acordo com o documento encaminhado ao BC, as medidas buscam combinar ações emergenciais e estruturais para reduzir fraudes, aprimorar a rastreabilidade das operações e ampliar a proteção de consumidores e instituições financeiras. Parte das sugestões, segundo nota divulgada pelo Fórum, está alinhada às iniciativas anunciadas pelo Banco Central em 3 de novembro, o que reforça a convergência técnica entre o regulador e o setor privado.
Entre as ações prioritárias propostas pelas entidades estão:
Canal direto com o Banco Central: criação de um canal automatizado e exclusivo para comunicação imediata de incidentes entre instituições e a autoridade monetária.
Datas no cadastro de chaves Pix (DICT): inclusão das datas de abertura da conta e de criação da chave, para facilitar a detecção de contas recém-ativadas com potencial de uso fraudulento.
Reforço nas regras dos Iniciadores de Transação de Pagamento (ITPs): atualização de critérios de segurança, certificação e capital mínimo, reduzindo vulnerabilidades operacionais.
Protocolo noturno padronizado: criação de regras específicas para operações realizadas entre 22h e 6h, período considerado mais suscetível a golpes, com limites por hora e intervalo mínimo entre transferências a destinatários inéditos.
Temporização de recursos recebidos: possibilidade de reter temporariamente valores de transferências de alto valor, evitando a rápida dispersão de recursos obtidos em fraudes.

