Um estudo do Fundo Monetário Internacional (IMF Working Paper 25/44) revela que o crescimento das fintechs está atrelado a fatores econômicos, tecnológicos, demográficos e institucionais, destacando a importância de políticas públicas e infraestrutura adequada para fomentar a inovação financeira.
Importante saber
A fintechs crescem em ambientes com macroeconomia estável e tecnologias robustas.
A maior conectividade digital e governos estáveis favorecem a inovação financeira.
O excesso de agências bancárias pode inibir o crescimento das fintechs.
Políticas públicas e reformas estruturais são essenciais para o desenvolvimento do setor.
O investimento global em fintechs disparou de US$ 1 bilhão, em 2008, para mais de US$ 200 bilhões antes da pandemia, caiu, mas ainda se encontra na casa dos US$ 100 bilhões. Ainda assim, o mapa global mostra uma grande desigualdade: enquanto algumas economias viram suas fintechs prosperar, outras ficaram para trás.
Por quê?
Um estudo do Fundo Monetário Internacional (IMF Working Paper 25/44), liderado por Serhan Cevik, investigou o desenvolvimento das fintechs em 98 países entre 2012 e 2020 e chegou a uma resposta clara: o crescimento das fintechs é determinado por um conjunto de fatores econômicos, tecnológicos, demográficos e institucionais — e não apenas por capital de investimento ou entusiasmo do mercado.
O estudo revela que as fintechs florescem onde há macroeconomia estável, infraestrutura tecnológica robusta, instituições de qualidade e demografia favorável.
Países com maior conectividade digital (internet segura, servidores confiáveis, telefonia móvel) e governos estáveis e eficientes tendem a criar um terreno fértil para inovação financeira. Já o excesso de agências bancárias e caixas eletrônicos — símbolos do sistema tradicional — correlaciona-se com menor crescimento das fintechs, sugerindo que essas empresas prosperam onde há espaço para inclusão e digitalização.
O estudo conclui que políticas públicas e reformas estruturais são fundamentais para cultivar o setor: fortalecer as infraestruturas tecnológicas e institucionais, reduzir ameaças cibernéticas e criar um marco regulatório que fomente inovação com segurança.
Esses fatores, combinados, formam o alicerce do que o FMI chama de ecossistema propício à inovação financeira sustentável e inclusiva.
Para ilustrar, é apresentado o caso da Lituânia: em menos de uma década, o país se tornou um dos principais hubs de fintech da Europa, combinando regulação ágil, licenciamento rápido, mão de obra qualificada e baixo risco regulatório.
Para ver o estudo: “Prometheus Unbound: What Makes Fintech Grow?” (IMF Working Paper WP/25/44, fevereiro de 2025), de Serhan Cevik