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O atual desafio da confiança nas Fintechs

Um estudo publicado em Electronic Markets mostra que a confiança — antes centrada em pessoas — migrou para algoritmos, dados e governança digital.

Fabio Gonsalez

Fabio Gonsalez

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9 de dezembro, 2025
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O atual desafio da confiança nas Fintechs

Resumo

A confiança continua sendo o fator decisivo no sucesso das fintechs, mas agora ela depende menos de pessoas e mais de tecnologia, segurança de dados e transparência algorítmica. O estudo mostra que usuários confiam quando percebem robustez técnica, clareza no uso de dados e governança confiável. Em um mercado digital vulnerável a fraudes e escândalos, construir confiança tecnológica virou o novo diferencial competitivo.

A ascensão das fintechs sempre foi alimentada pela promessa de serviços mais simples, rápidos e baratos. Mas existe um pilar silencioso que determina quem sobrevive no setor: a confiança. Um novo artigo acadêmico publicado em Electronic Markets (2025) revela que, no ambiente digital, a confiança não desaparece — ela apenas muda de forma.

Segundo os autores, a confiança nos serviços financeiros tradicionais sempre envolveu fatores humanos: reputação de instituições, atendimento, expertise de gestores, proteção regulatória.
Nas fintechs, porém, o “objeto de confiança” é outro: sistemas, algoritmos, apps, modelos de IA, arquitetura de dados, governança e segurança cibernética.

O estudo aponta que usuários de fintechs enfrentam novos tipos de vulnerabilidade: falta de transparência algorítmica, riscos de privacidade, potenciais escândalos envolvendo criptoativos, e ausência de sinais tradicionais de credibilidade. Em um ambiente onde a interação é mediada por código e não por pessoas, como se constrói confiança?

A pesquisa destaca que drivers clássicos de confiança — integridade, benevolência, competência — continuam relevantes, mas precisam ser reinterpretados. Por exemplo:

  • "Competência" vira robustez tecnológica e resiliência da plataforma.

  • "Integridade" se expressa em clareza sobre como os dados são usados.

  • "Benevolência" se traduz em proteção contra riscos, transparência e UX que reduz assimetrias.

E um alerta importante emerge: escândalos, fraudes e quebras de empresas digitais têm impacto muito mais rápido e amplo sobre a percepção de normalidade do setor, exigindo respostas coordenadas entre empresas e reguladores.

Fonte: Electronic Markets (2025) – “Trust and FinTech: A Review and Research Agenda” (Devlin et al.)