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Lei do Pagamento Integrado antecipa Split Payment e já vigora em quatro Estados

Especialistas afirmam que nova exigência deve estar vigente em dez Estados até o fim de 2026

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Redação

14 de novembro, 2025
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Lei do Pagamento Integrado antecipa Split Payment e já vigora em quatro Estados

Resumo

A partir de 1º de novembro, Goiás passa a exigir um sistema de pagamento integrado.

Esta medida visa aumentar a eficiência e reduzir fraudes no varejo.

Importante saber:

  • Obriga integração de maquininha de pagamento ao software de NFC-e.

  • Vislumbra antecipação do mecanismo de Split Payment previsto na reforma tributária.

  • A previsão é que o pagamento integrado esteja em dez estados até 2026.

Desde o dia 1º de novembro os supermercados, hipermercados, postos de combustíveis e farmácias do Estado de Goiás com faturamento anual acima de R$ 4,8 milhões passaram a ser obrigados a operar com um sistema de pagamento integrado, que conecta automaticamente a maquininha (POS) ao software emissor da Nota Fiscal Eletrônica (NFC-e). Até o final de 2026 a exigência recairá sobre praticamente todos os estabelecimentos comerciais. Goiás é o quarto estado a aderir ao modelo, após Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Ceará.

A medida é vista por especialistas como uma antecipação da exigência do Split Payment, mecanismo previsto no projeto da Reforma Tributária, que pretende vincular pagamento e emissão da nota fiscal de forma automática para aumentar a eficiência da arrecadação e reduzir fraudes.

Em entrevista ao FintechLab, durante o Dia do ACBr 2025 — considerado o maior encontro de tecnologia e automação comercial do país que reuniu quase duas mil pessoas em São Paulo — Emerson Barretto, vice-presidente de Startup da AFRAC (Associação Brasileira de Automação para o Comércio) e CEO da POS CONTROLE, retailtech especializada em operações do varejo com mobilidade e meios de pagamento, explicou a relação entre os movimentos regulatórios estaduais e o novo modelo tributário nacional.

“A base do split payment é o ‘match’ entre pagamento e nota fiscal. O documento precisa demonstrar que uma determinada nota foi paga exatamente por uma maquininha específica. A legislação do pagamento integrado, mesmo não declarada oficialmente com esse objetivo, antecipa na prática essa exigência”, afirmou.

Avanço da adoção pelos estados

Segundo Barretto, a expectativa é que o pagamento integrado esteja vigente em cerca de dez estados até o fim de 2026, alcançando todo o país em 2027. Ele destaca que 87% das NF-es emitidas no Brasil envolvem empresas filiadas à AFRAC, e que todas as associadas nos quatro estados que já adotam a legislação estão preparadas para promover as adaptações necessárias.

O comerciante, explica o executivo, precisa contratar um sistema compatível com as novas regras. A troca, porém, traz vantagens imediatas.

“O empresário elimina fraudes, evita quebras de caixa por erros de digitação e reduz o tempo gasto com conferência e prestação de contas. Em muitos casos, um único erro operacional evitado no mês já paga o investimento necessário para adaptar o sistema”, disse.

Impacto sobre o varejo

Barretto ressalta que as grandes redes varejistas já operam com integração via TEF e PIN Pads, e que o desafio maior está nas empresas médias e pequenas. Por isso, os estados têm aplicado a lei em fases, começando pelos setores mais preparados — supermercados, postos e farmácias —, com prazos de adaptação que costumam ser de seis meses.

Ele reforça, contudo, que empresários que se anteciparem à obrigação poderão evitar custos operacionais futuros e já estarão preparados para o Split Payment nacional.

“Trata-se de uma legislação positiva, que traz ganhos de eficiência e segurança. Os comerciantes não precisam esperar o prazo final, porque cedo ou tarde terão que se adequar por causa da reforma tributária”, afirmou.