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Adoção de reserva em bitcoin poderia impulsionar desenvolvimento econômico no Brasil, dizem especialistas

Inciativa poderia fortalecer a soberania econômica do país diante da desvalorização do dólar e das crescentes tensões geopolíticas globais

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Redação

10 de novembro, 2025
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Adoção de reserva em bitcoin poderia impulsionar desenvolvimento econômico no Brasil, dizem especialistas

Resumo

A adoção de uma reserva estratégica em bitcoin pode revolucionar a economia brasileira.

Especialistas abordam a importância de diversificar ativos para enfrentar a desvalorização do dólar.

Importante saber:

  • Bitcoin pode fortalecer a soberania econômica do Brasil.

  • A manutenção de reservas em dólar representa riscos estratégicos.

  • Exemplo de El Salvador mostra os benefícios da adoção do bitcoin.

A criação de uma reserva estratégica nacional em bitcoin poderia gerar um boom de desenvolvimento no Brasil e fortalecer a soberania econômica do país diante da desvalorização do dólar e das crescentes tensões geopolíticas globais. A avaliação foi feita durante o painel “Bitcoin Treasuries: Estratégias, Riscos e Oportunidades no Contexto Brasileiro”, realizado na última sexta-feira (7) durante o Satsconf, maior evento da América Latina totalmente dedicado ao Bitcoin.

Mediado por Felipe Demartini (UTXO Management), o debate contou com a participação de Guilherme Gomes (OranjeBTC) e Gabriel Loures (Méliuz). Os especialistas discutiram o papel das empresas que mantêm Bitcoin em seus balanços, suas estratégias de capitalização e o que o mercado brasileiro pode aprender com essa nova forma híbrida de empresa — entre fintech, investidora e hodler institucional.

Em entrevista exclusiva ao FintechLab, Gui Gomes destacou que a manutenção de reservas brasileiras em dólar pode se tornar um risco estratégico. “O próprio governo norte-americano está atuando de maneira aberta para desvalorizar o dólar com o objetivo de reindustrializar sua economia. Dessa forma, basicamente, o Brasil está segurando suas reservas em um ativo que irá se desvalorizar”, afirmou.

O executivo alertou ainda para o risco de congelamento de reservas mantidas em moedas estrangeiras. “Quando um país guarda suas riquezas em um título ou em uma moeda sobre a qual não tem total controle, ele pode perder esse recurso a qualquer momento. Já vimos isso acontecer quando a Rússia invadiu a Ucrânia — parte das reservas russas em títulos norte-americanos foi congelada. Por isso, tanto a Rússia quanto a China estão diversificando seus ativos, investindo em ouro e bitcoin”, explicou.

Segundo Gomes, sob a ótica da soberania nacional e da preservação das riquezas a longo prazo, o bitcoin se mostra uma alternativa mais eficiente. “O próprio governo norte-americano está reconhecendo isso”, reforçou. Ele informa que no começo do ano o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para estabelecer uma reserva estratégica de bitcoin com duas diretrizes para os secretários.

Além da segurança estratégica, o especialista acredita que a adoção do bitcoin como reserva de valor teria impacto direto no crescimento econômico brasileiro. “Basta ver o que aconteceu com El Salvador. Ao adotar o bitcoin, o país atraiu empresas, turismo e visibilidade internacional. Se o Brasil, uma das dez maiores economias do mundo, desse esse passo, seria a primeira nação de grande porte a fazer um movimento estratégico dessa magnitude — e colheria frutos extremamente benéficos para o país e para a população”, concluiu.