Apesar de considerar a publicação de um conjunto de normas para o mercado de criptoativos pelo Banco Central um avanço importante para o setor, a ABToken (Associação Brasileira de Tokenização e Ativos Digitais) defende a criação de um sandbox regulatório pelo órgão como solução para os desafios atuais do mercado de negociações OTC (over-the-counter) e para promover mais segurança e escalabilidade nas transações com criptoativos.
As resoluções que incluem a exigência de prestação de informações detalhadas e supervisão mais rígida das prestadoras de serviços digitais, entram em vigor em 2 de fevereiro de 2026. Elas estabelecem, entre outras medidas, regras de governança, segregação de ativos dos clientes e exigências de compliance que visam fortalecer a integridade das operações com criptoativos no país.
Para a diretora-executiva da ABToken, Regina Pedroso, a regulação é fundamental para aumentar a segurança jurídica de forma a viabilizar um ambiente mais maduro em termos de escalabilidade tecnológica e de mercado. “A regulação vai trazer segurança, e a segurança está intimamente ligada à escalabilidade. Um ambiente regulado, com supervisão adequada, é necessário para que empresas de cripto possam inovar e crescer com confiança, especialmente em operações OTC que hoje carecem de padronização e transparência”, afirma Regina Pedroso.
Por outro lado, a ABToken enfatiza que um dos caminhos para aprimorar ainda mais a atuação do Banco Central no ecossistema cripto é a implementação de um sandbox regulatório específico para criptoativos, formando um ambiente controlado em que empresas e instituições podem testar produtos, serviços e modelos de negócios inovadores sob supervisão direta do BC, sem a necessidade de cumprir integralmente todas as exigências normativas desde o início. Esse modelo tem como objetivo equilibrar inovação e segurança, reduzindo riscos operacionais e abrindo espaço para soluções mais eficientes e escaláveis no futuro.
A proposta do sandbox também é vista pela associação como uma medida eficaz para enfrentar as dificuldades específicas das negociações OTC, que reúnem volumes significativos de transações fora das plataformas tradicionais de corretagem e que, por muitas vezes, operam sem padrões claros de reporte e supervisão. Um ambiente regulado para testar melhores práticas pode acelerar a padronização do setor e fortalecer a confiança dos investidores e participantes institucionais.

