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Banco Central desliga plataforma do Drex e anuncia nova infraestrutura para moeda digital brasileira

O Banco Central do Brasil (BC) anunciou nesta segunda-feira o desligamento da atual plataforma do Drex, projeto que vinha sendo desenvolvido como base tecnológica para o real digital. Segundo a autoridade monetária, a decisão foi motivada pela necessidade de criar uma nova infraestrutura “mais segura, moderna e compatível com os requisitos de privacidade e escalabilidade” exigidos pelo sistema financeiro nacional.

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Autor Desconhecido

5 de novembro, 2025
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Banco Central desliga plataforma do Drex e anuncia nova infraestrutura para moeda digital brasileira

Resumo

O Banco Central do Brasil decidiu pausar o projeto Drex, lançado em 2021, após concluir que seu modelo atual não atende aos requisitos técnicos e de segurança necessários para uma implementação em larga escala. A nova fase de desenvolvimento buscará revisitar os casos de uso do Drex e selecionar uma arquitetura tecnológica mais apropriada, com testes previstos para 2026. Essa reestruturação reflete o compromisso do BC com a robustez e a confiança do sistema financeiro, mantendo o Drex como uma prioridade.

O Drex, lançado em 2021, nasceu como uma aposta ambiciosa para modernizar o sistema de pagamentos e liquidações no país, utilizando tecnologia de registro distribuído (DLT), similar à blockchain. Durante quatro anos, o projeto foi testado em ambiente controlado com a participação de grandes bancos, fintechs e provedores de tecnologia. No entanto, após o ciclo de testes, o BC concluiu que o modelo atual não atende plenamente aos padrões técnicos e de segurança necessários para sua implementação em larga escala.

“A decisão reflete nosso compromisso com a segurança, a privacidade e a eficiência do sistema financeiro. A nova infraestrutura será construída com base nos aprendizados do piloto e nas necessidades reais dos participantes”, afirmou o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso.

Com o desligamento da plataforma baseada em Hyperledger Besu, o Banco Central informou que iniciará uma nova fase de desenvolvimento, que inclui a revisão dos casos de uso do Drex e a seleção de uma arquitetura tecnológica mais adequada. O cronograma detalhado ainda será divulgado, mas a expectativa é de que o novo ambiente comece a ser testado a partir de 2026.

Especialistas do setor avaliam que a decisão é um sinal de maturidade regulatória. Para o economista e consultor em inovação financeira Ricardo Franco, o movimento “mostra que o BC está priorizando a robustez técnica e a confiança do público, mesmo que isso signifique adiar a entrega de um projeto emblemático”.

Fintechs e bancos que participaram dos testes veem o anúncio com cautela, mas também com expectativa. Isso porque a nova fase pode abrir espaço para o desenvolvimento de soluções mais integradas, interoperáveis e compatíveis com o ecossistema de tokenização de ativos, que continua avançando no país.

O Drex é uma das principais iniciativas do BC no campo da inovação financeira, ao lado do Pix e do Open Finance. A proposta original era permitir transações instantâneas e seguras em ambiente tokenizado, com potencial para reduzir custos operacionais e ampliar a inclusão financeira.

Com a reestruturação, o BC reforça que o projeto não foi abandonado, mas redesenhado. “O Drex segue sendo prioridade, mas queremos garantir que ele nasça sobre bases sólidas”, disse Damaso.

A decisão marca uma pausa estratégica no caminho do real digital, mas também abre uma nova etapa — mais técnica, mais cautelosa e, ao que tudo indica, mais alinhada às exigências de segurança e confiança que o futuro financeiro digital do país requer.